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Do Priorado de Sião à Maçonaria atual - uma história de perseguições e lutas

Símbolos maçônicos:
O esquadro e o compasso
como instrumentos para arquitetar a construção.
O esquadro em forma de "V"
faz lembrar a palavra "Veras" ("Verdade" em latim).
Ao centro,
o "Olho que Tudo Vê",
provavelmente representando a justiça divina. 

"A Última Ceia", quadro de Leonardo Da Vinci,
atualmente em exposição do Museu do Louvre, em Paris. 

Símbolos maçônicos:
Novamente o compasso e o esquadro,
mas o olho é substituído pela letra "G".
Provavelmente trata-se de uma alusão ao 7
como número cabalístico
frequentemente citado na Bíblia
(o "G" é a sétima letra do alfabeto)
O Templo de Jerusalém, antigamente chamado "Templo de Salomão"
por ter sido construído por ordem do rei Salomão, segundo o Velho Testamento.
No início da Idade Média, tornou-se a primeira sede dos Templários.
Após ter sido tomado pelos muçulmanos, tornou-se uma mesquita.

Ao que parece,

tudo começou em Jerusalém no início da Idade Média.

Determinados a defender os direitos  do povo ao acesso 

a toda verdade,

os maçons e seus antecessores foram 

ferrenhamente perseguidos

por reis, pela Igreja Católica

e todas as pessoas e instituições

que lhes pareciam ameaçar suas  condições de poder.   

Há várias versões sobre a origem da Maçonaria. A mais aceita pelos historiólogos indica que tudo começou em Jerusalém no início da Idade Média. Em "The Holy Blood and The Holy Grail" - "O Sangue Sagrado e o Santo Graal" -  antes da publicação da primeira edição de "O Código Da Vinci", do norte americano Dan Brown, os autores anglo-saxões Henry Lincoln, Micahel Baigent e Richard Leigh. Com sua primeira edição lançada em 1994, o livro de Dan Brown trás uma aventura do personagem Robert Langdon - uma espécie de nova versão de "Indiana Jones" ou do personagem de Histórias em Quadrinhos Martin Mistère - utilizando conhecimentos e teorias sobre o Santo Graal, o Priorado e a Ordem dos Templários que já são conhecidas e discutidas desde a década de 1940. 
A primeira vez que vi uma menção sobre o Santo Graal foi quando eu li uma das várias versões da história do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Logo de imediato, chamou-me a atenção o fato de que o rei Arthur, um personagem que uns dizem ser lendário, outros dizem ser real, é citado em tidas as versões como aquele que veio ao m undo para instalar um "novo reino" de paz, prosperidade, etc. Nas histórias, o rei sempre se reunia com seus 12 homens de maior confiança, o que me fazia ter alguma semelhança com Jesus e seus doze apóstolos. Num dado momento, Arthur é traído por um deles, Sir Lancelot, como Judas, segundo se acredita, traiu Jesus. 
A espada mágica do rei Arthur é sempre retratada nas inúmeras ilustrações com a forma de uma cruz, como eram as espadas dos Templários, e sempre envolta numa luz misteriosa. Diz a lenda que 
  


"Excalibur" - a espada mágica do rei Arthur.
Na maioria das ilustrações em que ela é retratada,
aparece sempre com a ponta fincada num pedestal de granito,
envolta numa luz misteriosa,
e seu formato nos faz lembrar uma cruz
(ilustração do autor do texto). 
quando Arthur era um menino, a espada estava presa a uma pedra, e que havia uma profecia que dizia que aquele que fosse capaz de retirá-la dali seria o novo rei da Britânia - hoje Inglaterra. Muitos foram os homens que tentaram retirar a espada da pedra mas não conseguiram, até que, um dia, o menino Arthur a retirou sem fazer qualquer esforço. Estava decidido por Deus, então, que ele seria o futuro rei. 
Novamente surge aí outra semelhança com a história de Jesus como o messias prometido por Deus para instalar um "Novo Reino". 
"Henry Lincoln" é um pseudônimo, como escritor, do jornalista inglês Henry Soskin. Como eu, ele gosta muito de jornalismo investigativo, especialmente quando o tema envolve mistérios e símbolos antigos ou modernos. Atualmente com 80 anos de idade, ele foi o autor de vários episódios da série de TV "Dr. Who", que fez muito sucesso no Brasil no final da década de 1960. Tornou-se especialista em egiptologia (estudos sobre o Antigo Egito), apendeu a ler hieróglifos e outras escritas antigas e especializou-se em estudos de mitologias e religiões. 
O neozelandês Michael Baigent, nascido em 1948, formou-se em psicologia pela Universidade de Canterbury, na Inglaterra, onde vive desde 1976. A maioria dos seus livros contém especulações sobre a vida de Jesus. Seu mérito maior, peno eu, é o fato de que nenhuma delas contradiz os valores históricos e religiosos geralmente atribuídos ao "Filho de Deus". 
Richard Leigh nasceu nos Estados Unidos em 1943 e faleceu na Inglaterra em 2007. Foi jornalista, romancista e contista, e passou a maior parte de sua vida no Reino Unido. Criou interessantes histórias e teorias envolvendo alguns dos principais mistérios antigos e contemporâneos da humanidade. Mas Lincoln (ou Soskin), Baigent e Leigh se destacaram principalmente pelas comprovações de algumas de suas descobertas sobre uma das mais controversas sociedades secretas do mundo: o Priorado de Sião. 
O Priorado foi fundado em Jerusalém no início da Idade Média, em 1099. A teoria mais conhecida sobre essa sociedade diz que seu principal objetivo era proteger um segredo relacionado ao Santo Graal. Sabe-se, atualmente, que a existência do Priorado de Sião durou séculos, e teve entre seus membros grandes sábios como Nicolas Flamel, Leonardo Da Vinci (foi Grão-Mestre), Claude Debussy, Victor Hugo e muitos outros. 
O francês Nicolas Flamel (1330-1418) foi copista, escrivão e um vendedor muito bem sucedido. Foi o criador do nome "pedra filosofal" para definir um suposto objeto capaz de transformar qualquer tipo de metal em ouro. Na verdade esta era apenas uma forma de escapar da perseguição da Igreja usando uma metáfora para dizer que toda pessoa, por mais humilde que fosse, era capaz de aprender muito sobre ciências, questões sociais, e progredir na vida se tivesse tal oportunidade. Os alquimistas usaram essa metáfora por muitos anos, até que os líderes da Igreja Católica, os governantes e todas aquelas pessoas que gozavam de certos privilégios perceberam suas intenções. 
Leonardo Da Vinci nasceu em Anchiano, na Itália, em 1452. Viveu por muito tempo em Florença, onde ganhou respeito e admiração tanto do povo como de autoridades. Por isto, quando Da Vinci, que por  aquela ocasião já se havia tornado pintor, escritor, arquiteto, urbanista, inventor, escultor, botânico, poeta e músico, passou a ser interpretado pela Igreja como uma "ameaça" quando ele começou a dizer publicamente que qualquer cidadão, mesmo pobre,  poderia conseguir tudo que ele conseguiu se tivesse tal oportunidade. Leonardo só não foi assassinado porque, devido ao prestígio que ele já havia conquistado em Florença (onde era chamado de "Metre Leonardo"), sua morte traria ainda mais incômodos. Com isto, por determinação da Igreja, ele foi exilado da Itália. Mas isto não atrapalhou seus planos; ao contrário, foi fora da Itália que ele teve a oportunidade de conhecer pessoalmente e receber a adesão de outros grans sábios que também defendiam os direitos do povo. As obras de Da Vinci, especialmente suas pinturas - as mais famosas são "Mona Lisa" (ou "La Gioconda") e "A Última Ceia" (ver ilustração) - são muito conhecidas por ter detalhes que são vistos como mensagens ocultas. Em "A Última Ceia", por exemplo, que representa Jesus na ceia com os apóstolos antes de sua crucificação, o personagem que aparece à direita de Jesus parece ser uma mulher, não um homem. Muitos especialistas supõem que essa mulher seja uma representação de Maria Madalena, com quem mais tarde Jesus teria se casado e gerado filhos - os Merovíngios, que seriam os primeiros reis da França. Uma teoria nunca comprovada, mas que tem gerado muita polêmica até hoje. 
Isaac Newton (1643-1727) foi astrônomo, matemático e físico inglês. Sua obra mais conhecida, "Filosofia Natural dos Princípios Matemáticos", ainda hoje influencia a matemática moderna. Publicada em 1687, nela ele descreveu a Lei da Gravitação Universal, que demonstrava, entre outras coisas, que a Terra não era o centro do Universo. A Igreja Católica pregava que todo o Universo girava em torno da Terra. Isto  mantinha os líderes da Igreja numa situação social muito privilegiada. A razão disso é bem simples: a Igreja se auto-afirmava como única entidade representante de Deus na Terra. O raciocínio, um tanto simplista mesmo para a época, era de que se a Terra estava no Centro do Universo, a própria Igreja seria, por si mesma, o centro do Universo. Quando Newton apresentou sua contradição ao que a Igreja pregava,  ele também começou a ter sérios motivos para se preocupar. 
Em "The Holy Blood and The Holy Grail", após avaliar obras de Lincoln, Baigent e Leigh, e baseando-se também em seus próprios estudos, o pesquisador francês Pierre Plantard afirmou que o Priorado de Sião influenciou outras sociedades como, por exemplo, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, mais conhecida como "Ordem dos Cavaleiros Templários" ou "Ordem dos Templários". Fundada em 1096 depois que os muçulmanos invadiram e tomaram Jerusalém, seu nome se baseava no fato de que seus integrantes prestavam juramento de castidade e pobreza - diziam "não" ao acúmulo de riquezas - e tinham a função de garantir a segurança dos peregrinos cristãos que passassem pelo Templo de Jerusalém. 
Os Templários usavam mantos brancos com uma crus vermelha estampada, suas espadas tinham a forma de uma cruz cristã. Outro dos seus símbolos era o desenho de um cavalo montado por dois cavaleiros, representando a solidariedade entre os membros da confraria. Por algum tempo ele receberam apoio da Igreja, mas logo esta os abandonou à própria sorte. Eles continuaram em dua luta por defender os direitos de todas as classes sociais à cultura e à educação. Para a monarquia francesa governada pelo rei Filipe IV ("Filipe, o Belo"), isto era um incômodo. Para a Igreja, também. Por isto, o rei francês começou a pressionar a Igreja - que recebia altas contribuições da monarquia - a combater os Templários. Muitos deles foram perseguidos e mortos por ordem do papa Clemente V. Durante tida a Idade Média muios foram os grandes sábios condenados à morte em  fogueiras em praças públicas por determinação da Santa Inquisição, um tribunal constituído por sacerdotes católicos. A Ordem dos Templários foi totalmente aniquilada. Seu último grão-mestre, Jacques De Molay, foi um dos condenados pela Inquisição. Morreu também queimado numa fogueira em 1312.


A origem da Maçonaria

A Ordem dos Templários deixou de existir, mas seus princípios não. Segundo vários autores, estes foram mantidos e revividos por outras confrarias que se basearam nela. Por exemplo, a Irmandade Rosa-Cruz e a mais conhecida de todas até hoje: a Maçonaria. Esta, atualmente, é uma sociedade discreta, não secreta. Numa sociedade secreta, seus membros não podem se revelar como tal. Numa sociedade discreta, embora a mesma mantenha certos segredos, seus membros podem se revelar se assim desejarem. No caso da Maçonaria, geralmente seus membros se revelam quando isto é convenente ou necessário, porque o objetivo do Maçom é realizar trabalhos filantrópicos, prestar serviços de relevância social, mas ele não vê motivos para que suas ações sejam propagadas. 
Os maçons cultivam o aclassismo - um  sistema em que não há status nem privilégios por distinção de situação econômica. Isto significa que eles consideram possível que um maçom mude de situação econômica, desde que isto ocorra legal e honestamente. Portanto, a Maçonaria é uma confraria, uma sociedade fraternal que defende que todo ser humano é livre e deve ter seus direitos respeitados, mas também deve cumprir obrigações, principalmente a de manter bons costumes. O maçom pode ser de qualquer raça, membro de qualquer religião, desde que defenda os princípios de que o Universo foi criado e é administrado por um Ser Supremo - isto é, Deus. 
Tal como ocorria entre os Templários e no Priorado de Sião (que tinha este nome porque a capital de Israel se chamava Sião antes de se chamar Jerusalém), também na Maçonaria os novos integrantes são chamados de "iniciados". Isto porque eles são iniciados em certos conhecimentos que obviamente só lhes podem ser revelados depois da confirmação de seu ingresso. 
O nome da confraria vem do substantivo feminino francês "masonnerie", cujo correspondente em inglês, "masonery", tem o mesmo significado da palavra também inglesa "construction" ("construção"). Isto porque o objetivo da entidade é contribuir para a construção de um mundo cada vez melhor. Os maçons se estruturam em grupos chamados "células", como se cada grupo fosse uma célula e toda a Maçonaria fosse um corpo. O local onde os membros de cada "célula" se reúnem é a "oficina", "atelier" ou "loja maçônica". Segundo estimativas, existem atualmente no mundo cerca de 6 milhões de maçons. Desse total, 58% estão nos Estados Unidos, 22% no Reino Unido e 20% nos demais países. No Brasil, cerca de 4.700 lojas reúnem aproximadamente 150 mil maçons, representando pouco mais que 2% do total mundial. 

Fontes: 
  • Wikipedia
  • Almanaque Abril - Mundo - 2001 - Editora Abril Cultural - São Paulo, SP
  • "The World Almanac" - 1996 - Lion Handbooks - Londres, Inglaterra.
  • Enciclopédia Conhecer - vários volumes - Editora Abril Cultural. 
  • "O Código Da Vinci", de Dan Vrown

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